quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A beleza


[Imagem: Li Wei]


Há uns três dias, abri um livro que estava segurando desde o Natal para ler, tamanha a expectativa sobre ele: "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera (Companhia das Letras, 2008 - o livro é de 1929).


Que bom que aguardei. Comecei a lê-lo após assistir pela segunda vez ao filme "Closer" e ter chorado em alguns momentos. É engraçado como me identifico tanto com Alice/Jane quanto com Anna. Tenho dentro de mim um pouco de ambas: a menina que está crescendo e, no caminho, dando trombadas com o amor e ferindo o coração, e a mulher que luta pra ser 'mulher' (de acordo com Simone de Beauvoir, não nascemos mulher, mas nos tornamos uma), arriscando a alma por meio de suas culpas.


Pois não é que, voltando ao "Insustentável..", me encontrei novamente nas duas personagens femininas centrais do livro? Tereza e Sabina, mulheres que, a meu ver, se parecem com as protagonistas de "Closer" (ou vice-versa), por suas relações com o mundo e com o amor.


O amor.


Disse Al Pacino, em "O advogado do diabo" (sim, eu tenho visto mais tv nessas férias!!!): "[O amor é] Superestimado. Bioquimicamente, é o mesmo que comer dezenas de quilos de chocolates".




Hoje, só posso dizer que, independente do que seja o amor (assunto pra oouutras postagens), as relações são sempre delicadas. E cada passo de um caminho que andamos junto com o outro pode nos afastar da trilha em comum. Bifurfações existem. E maneiras diferentes de se enxergar um atalho também. O que parece ser regra é que ninguém sai ileso desta caminhada (cá estou eu, de novo, falando de como é importante andar...). E só pra citar o livro, pelo qual estou apaixonada (sem os riscos de uma relação):

"Não existe meio de verificar qual é a decisão acertada, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que leva a vida a parecer sempre um esboço. No entanto, mesmo 'esboço' não é a palavra certa, pois um esboço é sempre o projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro." (p. 14)

2 comentários:

Anônimo disse...

Dois post em menos de uma semana jups ? ta indo bem =).
Essa citação do livro me deixou pensativo hoje. Depois você conta mais sobre o livro em um post
bjs

Anônimo disse...

E precisa dizer mais?!
O mais importante vc já tem... a compreensão!
Como vc mesma escreveu, bifurcações existem, mas nem por isso o restante do percurso ou o que antecede a bifurcação, precisa ser triste ou monótono!!!
Estradas são caminhos, caminhos são escolhas...
Amo-te!!
Bjs