segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Os brothers, os bafos e as burradas


Sou uma fã-sem-muito-orgulho do Big Brother Brasil. Daquelas que veem desde a primeira edição, mas, a cada começo de ano, há DEZ anos, diz: "Ah, esse ano eu não vou perder tempo vendo essa porcaria!". E, no fim (seria melhor dizer já no começo), acaba vendo, torcendo, chorando junto. Quem não gostaria de participar daquilo?

Mas, calma lá, não é essa a questão que quero levantar aqui - aliás, muito ultrapassada. O que quero falar é de uma das polêmicas que a edição 10 tem gerado: o casal Michel-Tessália.

Todo mundo já sabe que ele, editor de sites de fotos eróticas, tinha uma namorada, Karen, e que, em poucos dias de confinamento, não resistiu à chegada-chegando de Tessália, a Twittess do Twitter: os dois agora são unha e carne no programa, e anteontem já foram até flagrados em momentos mais íntimos sob o edredom.

Acontece que não só a sister é twitteira: a ex do loiro também é. E ela, claro, desabafou em menos de 140 caracteres um mínimo dos sentimentos que deve ter sentido quando, em rede nacional, se viu pura e totalmente traída pelo namorado.

Pronto. Virou comoção. Foi entrevistada no Fantástico e posou para o Paparazzo, linda e maravilhosa e com pouca roupa. Muitas mulheres já tomaram as dores, aderiram à campanha e não querem de jeito nenhum dar o R$1 milhão e meio para o casal.

E eu? Eu obviamente também tomei, de certo modo, as dores da Kaka. Principalmente se eu lembrar (e eu nunca lembro, porque nunca esqueço) que o heartbreaker é a cara do meu alvo libidinal. Assim como a maioria de nós, também sei o que é ter que virar a página. Mas é aí que reside a questão: virar a página não é fácil. Não é só umedecer a ponta dos dedos e, num levo movimento, vum!, virá-la. E esse processo é facilitado com um mínimo de compreensão por parte das pessoas ao nosso redor.

Acontece que, ao redor de uma figura pública, o que há? O Brasil inteiro! E, nessa hora, o que fazer? A partir do momento em que pessoas que você nem conhece passam a saber de sua intimidade, fica difícil passar por uma etapa em que, para superar, você precisa reencontrar a si mesma. E isso é algo que não estamos deixando que Karen enfrente. Ela tem todo o direito de enfiar o pé na jaca, mas nós não precisamos colocar a fruta à disposição do pé dela, como uma bola de futebol americano.