segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Do Amor (sempre ele)


Você pode ser linda; ter um cabelo perfumado; bom hálito. Você pode ser inteligente, falar de arte e de futebol usando um mesmo argumento essencial. Você pode ser engraçada, rir de si mesma, permitir que uma briguinha vire motivo de piada. Você pode ser companheira, lembrar-se de perguntar como foi o trabalho, vibrar com uma conquista, topar um programa de índio sabendo que pode ser divertido. Você pode ter tantas qualidades, mas sempre haverá alguém com qualidades parecidas, ou relativamente melhores. No fim, não é o conjunto de suas qualidades que determinará o sucesso ou o fracasso do seu relacionamento. Este, como já sabemos, é feito de dois; suas qualidades e seus defeitos são apenas uma pequena parcela do todo dinâmico e imprevisível que é uma relação. O que é qualidade pra um, pode não ser pra outro. Sua beleza pode deixá-lo inseguro. Seu companheirismo pode parecer uma invasão de privacidade. Sua insegurança pode ser a engrenagem que o faz se sentir forte e poderoso. Não, você não fez nada de errado, você não faltou com nada, você não excedeu em nada; e ao mesmo tempo sim, você fez tudo isso, e mais um pouco. Depende do ponto de vista, e ele nunca é monoangular quando o que se está em jogo é uma trama que envolve (pelo menos) dois seres com toda essa bagagem nas costas.