segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Criando asas...



Queridos que me leem,
digo-lhes com prazer e empolgação que criei um novo blog, o Quem Conta um Quadro (http://quemcontaumquadro.blogspot.com/). Ele surgiu de uma certa tristeza que me domina o olhar no dia de hoje, mas também é fruto de sementes plantadas e cultivadas há algum tempo, provavelmente desde a primeira postagem de mini-conto inspirado num quadro que escrevi aqui. Assim, pra quem gosta das minhas pequenas loucuras literárias, espero que aproveitem este irmãozinho mais novo do Infinito de Emy, e que ele possa oferecer algum tipo qualquer de viagem instantânea e fugaz por alguns instantes do dia de cada um.
É isso...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Índia vai à moda (ou Testes Quem é Você)


Adoro testes do tipo Quem é Você (pra quem não sabe -ou seja, os homens que leem este blog -, testes Quem é Você são aqueles cujos temas relacionam sua personalidade com a de alguém conhecido, tanto pessoas de carne e osso quanto personagens de TV etc). O último que fiz tem a ver com, claro, a Índia, que vai ser inspiração para notícias de jornal, matérias de revista, ícones fashion e etc etc nesse mundo globalizado e nesse país mais "global"izado ainda. E como meu infinito também se insere nessa roda viva, e eu não resisto a esse tipo de testes, como já disse antes, abaixo segue o link para descobrir com qual deusa indiana você mais se identifica. E o resultado do meu teste também.



Quem eu sou, de acordo com o teste:

Saraswati
Você tem semelhança com a deusa da música, do conhecimento e da poesia. Mulher de Brahma, o deus da Criação, Saraswati favorece o aprendizado e a ligação com a espiritualidade a partir de um envolvimento que conta não só com a fé, mas também com a lógica e o raciocínio.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Parabéns pra você...


[Imagem: arquivo pessoal -e bota pessoal nisso!]

Hoje O Infinito de Emy comemora um aninho de idade!
* 365 dias;
* 45 postagens (média de 1 postagem a cada 8,1 dias);
* 8 poemas;
* 5 mini-contos;
* 3 análises "psicológicas";
* 3 desculpas públicas por demorar pra postar;
* e algumas considerações acerca do cotidiano e das constelações que habitam este infinito meu.

O tempo, como geralmente tem feito, passou rápido ao longo deste ano. Não acho que minha proposta inicial tenha mudado - escrever o que sinto e o que penso para me sentir bem e, talvez, expor um pouco de mim. E o fato de ela não ter mudado, mesmo com tudo o que percorri em 2008, para mim é um sinal, cheio de esperança, de que mesmo hoje em dia algumas coisas podem ser mais do que efêmeras: provavelmente não eternas, mas suficientes para criar sólidas raízes.

(Bonito, né? Obama, me aguarde...)

Sério: quero dizer obrigada a todo mundo que lê pacientemente minhas postagens, às vezes longas, às vezes breves, às vezes tristes, às vezes toscos, enfim, na medida do quanto cabe neste infinito particular (parafraseando Marisa Monte), talvez nem tão particular assim. Sei que não são muitos os leitores, mas são todos muito amigos e especiais. Obrigada! Thanks! Merci Beaucoup! Gracias! Grazie! Danke! Arigato!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mais vozes sexy (ou crise de megalomania paranóica)

Uma rádio inglesa chamada "Planet Rock" provavelmente deu um google no meu nome e achou a postagem sobre as 7 vozes masculinas mais sexy (ver Novembro 2008). Empolgada com a idéia, fez uma lista de 40 maiores vozes do rock de todos os tempos. Copiei a lista das notícias do Yahoo! (http://br.noticias.yahoo.com/s/06012009/48/entretenimento-robert-plant-eleito-maior-voz.html) pra vocês conferirem, além de grifar os TRÊS que também estão na minha lista -que, só pra lembrar, não era só de rock. Mas nesta aqui faltou o Amarante, hein!

1. Robert Plant (Led Zeppelin)
2. Freddie Mercury (Queen)
3. Paul Rodgers (Free, Bad Company)
4. Ian Gillan (Deep Purple)
5. Roger Daltrey (The Who)
6. David Coverdale (Whitesnake)
7. Axl Rose (Guns N' Roses)
8. Bruce Dickinson (Iron Maiden)
9. Mick Jagger (The Rolling Stones)
10. Bon Scott (AC/DC)
11. David Bowie
12. Jon Bon Jovi (Bon Jovi)
13. Steven Tyler (Aerosmith)
14. Jon Anderson (Yes)
15. Bruce Springsteen
16. Steve Perry (Journey)
17. Ozzy Osbourne (Black Sabbath)
18. Bono (U2)
19. Peter Gabriel (Genesis)
20. James Hetfield (Metallica)
21. Janis Joplin
22. Brian Johnson (AC/DC)
23. Roger Chapman (Family)
24. Phil Lynott (Thin Lizzy)
25. Glenn Hughes (Black Sabbath, Deep Purple)
26. Joe Cocker
27. Jim Morrison (The Doors)
28. Alex Harvey (Sensational Alex Harvey Band)
29. Alice Cooper
30. Ronnie James Dio (Rainbow, Black Sabbath)
31. Sammy Hagar (Van Halen)
32. Meat Loaf
33. Rob Halford (Judas Priest)
34. Geddy Lee (Rush)
35. Biff Byford (Saxon)
36. David Gilmour (Pink Floyd)
37. Fish (Marillion)
38. Dave Lee Roth (Van Halen)
39. Chris Cornell (Soundgarden , Audioslave)
40. Neil Young

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Análise psicológica de Sweeney Todd e Sra. Nellie Lovett


"Você roubou meu sossego.

Você roubou minha paz!

Com você eu vivo a sofrer

Mas sem você vou sofrer muito mais

Já não é amor, Já não é paixão

O que eu sinto por você é obsessão" (Orquestra Imperial, "Obsessão", Milton De Oliveira e Mirabeau)


Férias, jiboiar na frente da tevê, tirar o atraso dos filmes que queria ver. Um deles era o "Sweeney Todd - o barbeiro demoníaco da Rua Fleet". Não sei se foi pela boa companhia ou se isso foi apenas a cereja do bolo, mas adorei! Fiquei pensando nele por alguns dias ainda, o que, pra mim, é um bom sinal -sinal de que fui "afetada" pelo filme, ou seja, o filme me provocou algum tipo de afeto. Qual afeto? Não sei explicar. E nem quero.
Mas não explicar não me impede de elucubrar, viajar em cima de algumas questões que foram surgindo enquanto assistia às ótimas atuações do Johnny Depp e da Helena Bonham Carter, respectivamente o demoníaco barbeiro e sua assistente. Aliás, já sendo honesta: na minha opinião, a Sra. Lovett rouba a cena em muitos momentos. E é por isso que é sobre ela que escreverei aqui.
(agora é hora de você perguntar por quê eu incluí o Mr. Todd no título se vou falar apenas de sua assistente. E eu, então, respondo com a pergunta: se eu não colocasse, você saberia quem é a Sra. Nellie Lovett? Duvido!)
Resumindo a história: Sweeney Todd é um barbeiro da velha Inglaterra, que foi exilado por um juiz que queria ficar com sua bela mulher e sua filhinha. Ele retorna quinze anos depois, com um nome falso e alguns parafusos a menos, disposto a se vingar e ter de volta suas amadas. No caminho, descobre uma aliada, a Sra. Lovett, que lhe informa que sua mulher se envenenou. Ele, surdo de tristeza e de loucura, nem escuta Sra. Lovett cantar em seu ouvido: Se você ao menos soubesse, Sr. Todd ("My friends"). Já ela, cega de amor, não vê ou não se importa em responder como se fossem para ela os carinhos tecidos por Todd e dirigidos não a ela, mas sim a suas navalhas de prata.

No entanto, ela, diferentemente do que definimos como sinais de amor, como respeitar a identidade do outro, aceitando-o como é, parece muita vezes manipular Sweeney, atuando como uma parte faltante, um ego auxiliar, alguém que responde por seus atos. Por outro lado, ela também se deixa influenciar por ele, por vezes fazendo coro a suas atitudes (como zombar de Pirelli, o barbeiro estrangeiro).

Os dois se envolvem um ao outro, num processo fusional que é mostrado pelas roupas, sempre em tonalidades escuras contrastando com a pele branca e os olhos fundos. O tom cinza, na verdade, toma conta do filme todo (créditos a figurinistas, cenografistas e etcistas), num jogo de luz e sombra que parece destacar a ambivalência do ser humano, com seus momentos de lampejo e de escuridão. E, como bem comentou um amigo meu (:P), a única cor que realmente vive e brota nos habitantes da cidade é a cor do sangue, vermelho e brilhante, como que acumulando vida enclausurada naqueles corpos -neste sentido, o que Todd faz com seus clientes seriam redenções, e não assassinatos.

Voltando à Sra. Lovett. Em uma das músicas, ela canta sua solidão fazendo as piores tortas de Londres ("The worst pies in London"). Ela se sentia sozinha, carente e, dessa forma, nada do que produzisse, que fizesse com suas próprias mãos, poderia sair saboroso. Talvez, mais do que a carne humana posteriormente adicionada em suas receitas, era a companhia de um pseudo-marido e de um pseudo-filho o tempero que faltava para que ela pudesse se sentir provedora novamente. Não à toa, para a psicanálise, o forno é um símbolo relacionado à fertilidade, ao útero.

A relação com Toby, menino órfão que ela cuida, alimenta e de quem recebe amor e devoção incondicionais, é das mais tocantes. Enquanto ele, numa bela declaração de amor, canta que ninguém lhe fará mal enquanto ele estiver por perto ("Not while I´m around"), ela, confusa pelo amor que sente pelo menino e a obsessão que a impede de ver o lado sombrio e insano de Todd, canta para ele e tenta distrai-lo. Ela não tem forças para, na hora necessária, matar o filho, mas o deixa trancafiado num lugar cheio de tortas feitas por ela. E, quando Todd quer matá-lo, Nellie Lovett tenta impedi-lo, mas depois o ajuda a procurá-lo, tentando enganar Toby com a mesma canção que ele lhe dedicou.

Já no início do filme, a personagem de Helena Bonham Carter fala sobre o ex-marido num misto de saudade resignada e ironia: ele vivia sentado na cadeira devido à gota. Não dá pra saber se ele realmente morreu ou se foi morto -fica por conta da imaginação. E será que, quando casada, ela já nutria um amor por Sweeney? Como ela poderia ter percebido de cara que ele, na verdade, era o barbeiro outrora feliz e apaixonado, sem vê-lo por quinze anos? Por vezes se tem a impressão de que todos os seus atos são calculados. Em outros momentos, vê-se uma mulher perdida pelo medo de perder o pouco que tem, desesperada e cega pela obsessão. E é essa riqueza de "afetos" que a torna tão intrigante.

Dica de arte (ou onde fica Orsay?)



[Imagem: Gustave Caillebotte (1848-1894), "Les raboteurs de parquet", 1875. Óleo sobre tela. Paris, musée d'Orsay]
Pra quem gosta de arte e se interessa em saber a história de seus quadros preferidos, o site do Musée D´Orsay tem uma parte com mais de 700 obras comentadas, de quadros a fotografias e esculturas (http://www.musee-orsay.fr/fr/collections/oeuvres-commentees/accueil.html). Também é ótimo pra conhecer novos artistas, como o Caillebotte aí de cima -que não é fotografia, é um quadro mesmo! Só que tem que escolher a linguagem e, claro, não tem em português...
Aliás, falando em português, é hora de colocar em prática as novas regras ortográficas.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Torto Soneto (ou 11/12/2008)



Quando a lembrança passa a valer
mais que a sombra do viver
e a força do que não aconteceu
é maior que se fincar no chão,

Quando não há jeito outro que partir
e é impossível ver o que há por vir
só nos resta o silêncio, o breu
dessa resignada ilusão.

E quando pudermos abrir as portas
novamente deste salão
e acharmos o amor que se escondeu,

Veremos o que de fato nos importa
pra solucionar nossa questão
e separar o que é seu do que é meu.