segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Eu tinha que escrever (ou Janta)


Há vários motivos ideológicos para eu não escrever sobre isso; mas também há um único que foi o predominante para que eu decidisse escrever - o tema, o que também é, de certa forma, ideológico. Claro que, somado ao tema, há também meu interesse pessoal por pelo menos um dos dois integrantes - não posso dizer que haja uma "conexão", pois ela implicaria dois envolvidos, mas posso dizer de uma "ligação unilateral", se é que isso é, por sua vez, possível. Na verdade, pensando melhor, há uma conexão sim: ele me transmite algo, que eu tento lhe devolver da forma mais abstrata e intuitível que existe, no meio do coletivo das milhares de pessoas que sentem como eu o que de tão bom ele nos passa.
Enfim.
O tema -que é o Amor, nada mais e nada menos -. nunca passa incólume (é a segunda vez que uso essa palavra no blog; a primeira foi na postagem chamada "Saudade", que, por coincidência, é o mesmo nome de uma música dele que estou ouvindo agora). O Amor pode despertar estranhamento, medo, furor, raiva, ciúmes, inveja. Parece ser (só parece, pois os poetas tentam defini-lo quase que em vão) um sentimento de calmaria que é resultante da anulação das energias tão intensas dos demais sentimentos que ele causa. E, claro, o Amor mais desejado, o que abalaria as estruturas do viver social, é o mais rejeitado.
Já li e ouvi comentários de todo o tipo, inclusive de que a relação entre eles é de uma violação do mais velho - que talvez estivesse juntando bagagem para receber um novo amor, um amor novo como o dela - para a mais nova - que foi menos maculada pelas dores e pelos calos, e que ainda é capaz de chorar de alegria, de transbordamento de Amor puro, como elamesma disse. Mas a violação (e a violência) ocorre quando um lado é forçado a fazer algo que não quer; e o lado que não quer, o lado vítima, é o do Amor; o verdadeiro cometedor de violência é o lado das opiniões cheias de paixão furiosa, que não aceita que esse próprio Amor está dentro de si.

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